Fiquei à espera que desse a música para te sentir presente ainda que distante...
Fiquei sem palavras. Chegaste, pegaste nelas e foste embora. Acho que usaste todas e sem avisares. Talvez sem reparares... ou uma dessas "distracções propositadas" para não poder responder. Mas usufruo da capacidade para estar à altura e respondo na mesma. Ainda que só numa via de vários sentidos, cheia de semáforos, que deixam fluir o trânsito de modo a sentir que todos os outros avançam mais depressa - aproveita-se a paisagem. Queixamo-nos da bagagem... Mas no meio da confusão, acendo um cigarro, olho em volta e sorrio quando te vejo por lá. Gentil nas palavras e no olhar.
Todas as viagens são atribuladas, umas mais curtas que outras... outras com mais obras pelo caminho. Ruas estreitas em que não posso fazer marcha atrás. Cedo passagem, quase sempre. Por me custar menos o que me custa do que o que penso que possa custar aos outros. Mas não costumo ter pressa por chegar... e quando tenho, também não sei como agir. Qual GPS a dizer para ir em frente, quando o que apetece é virar, encostar, parar o carro, sair. Correr para o meio de nada, cansar, ofegar, respirar fundo...
Viraste mapa, cheio de estradas, caminhos, pontes, rios... Cada vez que te desdobras surpreendo-me. E sempre que olho, sorrio... por te sentir perto ainda que não aqui. Chegam cá as palavras, ainda que não ao ouvido e sorrio... por te sentir aqui ainda que não por perto.
São as mesmas qualidades que me aproximam... e talvez os mesmos defeitos que mantém a distância.
Mas agradeço. E fumo as tuas mensagens, bebo as tuas palavras, respiro as tuas músicas - de olhos fechados. E agradeço. Cada frase, cada letra, cada nota... com um sorriso. Saboreio a doçura que repousa nos lábios do beijo que não chegou. E aconchego-me na doçura das palavras que não se ouviram. Acreditando que se esconderam pelo caminho ou que espreitam atrás da próxima curva.
Obrigada pelos sorrisos...
Beijos
P.S. - Dulcia non novit qui non gustavit amara
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