quinta-feira, 21 de maio de 2009

Ela disse... (54)

Ninguém disse que era fácil. Ou que seria fácil por sermos nós. Até acho que a complicação é essa... sermos quem somos. Somos os dois dominantes, ou queremos ser... Mas se as relações fossem fáceis seriam monótonas. Mais para nós, que gostamos do desafio. Ainda estamos na fase da habituação, do testar limites, de conhecer o outro como parte independente ainda que sentido como complemento. Não que haja necessidade de mudança, de deixar de sermos um cada para sermos um juntos. Tipo partes diferentes de um puzzle... de duas peças. Que embora faça sentido quando se vê a imagem final, dá na mesma trabalho descobrir a melhor forma de encaixe. E há sempre aquelas tentativas prévias que parecem bem até se verificar a imagem e esta não estar perfeita. Mas continuam a ser as mesmas duas peças do puzzle. E continuam a ser encaixáveis... Até os diamantes têm de ser lapidados para atingirem a sua beleza considerada tão própria... É uma descoberta constante acompanhada de conversas construtivas. Ou devia ser. Sei que não sou perfeita e nem sempre consigo ser tudo aquilo que quero e que devia ser. Mas esforço-me. Principalmente porque acredito em nós. Em ti. E, desculpa se parecer, erradamente, que estou a ser egoísta: preciso de ti. Discutir é normal. Ou devia ser. Ter diferentes pontos de vista. Modos de ver a vida e de nos vermos e de ver o outro. E os outros.
Quando somos só nós funcionamos bem. Muito bem, ouso dizer. Quando em grupo há quase sempre mal entendidos... Ainda sem saber bem porquê. Os outros fazem-me diferente? Só consigo ser eu para ti. Os outros ficam só a ver parte. Se calhar eu que não te vejo como queres... A distância faz ter saudades. Mas as saudades fazem-me ansiosa. E a ansiedade perturba o meu senso comum e desequilibra-me... Desequilibrada hajo por impulso... os impulsos raramente são inteligentes. Maior parte das vezes digo coisas só para te picar... porque gosto quando respondes. E sempre respondes à altura. Sempre me surpreendes. Sempre és mais do que espero.
Desculpa se te fiz perder tempo. Ou se sentes que estás a perder o teu tempo. Mas gosto de ti. E por tanto te querer não sei muitas vezes como agir.
Nem sei se fiz algum sentido...
Se queres que pare avisa. Não quero que estejas por obrigação, ou contra vontade. Nem quero ser empecilho.
Sempre tua

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