Hábitos, rotinas e inseguranças
Às vezes páro para pensar... sabendo eu que pensar não é coisa boa e faz mal. Mas mesmo assim penso, porque não entendo. O que se passa. E o que passou para cá se chegar. Nem tão pouco entendo o acto de pensar. Nem o que aconteceu para me fazer pensar.
Não que me queixe ou reclame. Ou que não esteja estupidamente feliz. Que estou... imensamente... completamente. Porque me sinto completa. Embora não soubesse, faltavas-me. Eras tu. E és ainda. E espero que saibas que o és e que te mantenhas sendo. Só não sei que fiz para te merecer.. estou habituada a relações complicadas, pelo facto de não perder o controlo dos sentimentos. Acabo perdendo o controlo de tudo o resto... de modo a conseguir manter o equilíbrio. E vinha já sendo hábito familiar, tão natural, que se tornava parte da rotina da vida. Sem reclamações. Mas contigo é o oposto. Num turbilhão de emoções, é mesmo assim simples. Ser tua. Como se fizesses parte do meu dia a dia desde cedo. Desde sempre. Como se fosse óbvio de tão perfeito que é. E que foi só falta de atenção não ter visto. Distraída... mas foi assim, no meio das distracções propositadas que me redescobri... e quando me encontrei vi-me apaixonada. E feliz... desumanamente feliz, pois não creio que felicidade assim seja comum aos restantes mortais. Mas descubro também o quanto me custa não te ver. E como custa respirar quando estás longe. Ou quando estou longe. E acabo contando o tempo que falta para te reencontrar...
E tenho receio de ser demasiada... de "açambarcar"-te... de te fazer fugir de tanto que te preciso e te gosto. É meio idiota pensar assim, acredito. Mas no meio deste simples desabitual fiquei insegura. Por não perceber como foi que aconteceu. E porquê. Como foi que me viste e como foi que mesmo assim gostaste. E tremem os joelhos ao pensar que descobrirás algo de que não gostas. Nessa tua maneira raio-X de olhar para mim. Que vês por fora, por dentro, através, além de... Ou que te arrependes no meio do turbilhão que é a minha vida e as minhas confusões... a grande bagagem... que me custa a mim carregar, quanto mais perceber que queiras ajudar...
Porque te quero. Tanto... que receio perder-te. Creio que é falta de hábito meu. Não me lembro de como é sentir-me assim... ainda ando às apalpadelas ao terreno, tentando saber como agir, o que posso fazer e o que não devo fazer... Até que ponto é normal ou se pareço lunática... Só espero que tenhas paciência nesta minha fase de acomodação e de me tentar reaprender. Que perdoes as minhas insistências e carências... Sou só eu estupidamente feliz e sem perceber como fiz para te ter ou para me quereres... porque tu mereces tanto e tão mais.
Meio insegura, eu sei. Não me reconheço. Estou habituada a ser senhora de mim e a controlar o que sinto... Mas tu tiras-me o tapete dos pés quando me olhas e fazes-me tremer em cada palavra que me dizes... E quando me beijas perco o meu lugar no mundo.
Mas tua, sempre, mais hoje que ontem...
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