quinta-feira, 21 de maio de 2009

Ela disse... (13)

Depois de te ver ainda estou tonta... Ainda te sinto, ainda envolvida pelo teu aroma, ainda abraçada... Ainda com os meus lábios à tua espera.
Fecho os olhos e estás aqui, a sorrir-me, depois de tudo. Depois do beijo que o sinto por dar. Depois de todas as palavras que ecoam cá dentro e que não disse. Depois de te sentir meu e querer ser tua. E depois de provado fica o receio... de te saber aí, tão perto, tão junto e tão distante. De me sentir num outro mundo, onde juntos estamos e juntos somos e de lá ficar. Não quero este mundo, quero esse. Porque depois de o ver é esse que me espera... era esse que procurava e que sempre deslizava. É esse que me pede o que tenho e o que não posso, o que quero e não devo. É esse o fugidio... e a recompensa de o encontrar é demasiada... Não cabe cá dentro. Ao ver-te cresci, expandi, espalhei-me, parti-me, quebrei-me... e depois apanhei os cacos e fugi. E minguei. Depois de sair fiquei pequenina. Ansiosa por ficar... por voltar para ti. Por crescer. Sentindo que tinha sido, noutro tempo que não este. Que já tinha existido antes de existir. Já era tua.. já fui, quase de certeza. Não me lembro quando, mas foi eterno. E ainda ecoa cá dentro, com as palavras que se perderam. Que encostadas ao coração, junto aos cacos recolhidos, fazem tanto barulho... ensurdecedor. Não me ouço... não penso direito... fecho os olhos para silenciar e encontro-te. Depois de ontem estás por todo o lado. Estás à minha volta, rodeias-me, estás em mim, apertas-me, arrancas-me suspiros e falta-me o ar. Faltas-me tu... Para sossegar a revolução que me exalta.. que me abana, que me treme... que me deixa tonta. Depois de ontem não me seguro... Depois de ti estou perdida quando longe...
Beijos

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