quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Conversas com o Mister

Crente - Então? Hoje acordaste tão cedo... ainda era de noite...
Mister - Sim...
C - Então porquê?
M - Aco'dei e fiquei um pequenininho assustado...
C - Sim...
M - Depois pus-me a pensa'... e pensei... e pensei... e pensei... e pensei... e pensei... e pensei e disse "vou pa'a cama da mamã!" e fui.
C - Mas estavas assustado porquê, filhote?
M - Estava com um pouco de medo...
C - Medo de quê? Não lemos a história que explica que não há monstros?
M - Sim, mas estava com medo das a'anhas... (das quais eu, Crente, me confesso: sofro de aracnofobia mas tenho conseguido portar-me bem na frente dele...)
C - E lá é preciso ter medo da aranhas? (a fazer-me de forte)
M - Ah pois. Não e'am a'anhas. Tinha medo dos bichos que são pequeninos e tão pequeninos que são invisíveis.
C - Os micróbios?
M - Não, não são os mic'óbios... São out'os que depois fazem um ninho e nascem umas cob'as.
C - Mas não há cobras lá em casa. E, se houvesse, o gato comia. Os gatos comem cobras. (uma mentirinha por boa causa não faz mal... pois, não?)
M - Mas são muito g'aaaaaandes!
C - O gato também é muito grande e muito mau com as cobras!
M - Também come á'vo'es (árvores)?
C - Árvores? Para quê comer árvores? As árvores não se comem! As árvores têm de ser bem tratadas que são muito bonitas e precisamos delas... (e não, ainda não expliquei o que é a lenha...)
M - Mas há homens que pegam assim nuns ma'telos e co'tam as á'vo'es, nas que estão est'agadas. Assim PUM-PUM e elas caem Puuuuuummmm!
C - É... mas só nas estragadas...
M - E quando ace'tam em pessoas é como o moche!
C - Como o quê?
M - O moche! É quando as pessoas saltam pa'a cima umas das out'as!
C - Pois... quem é que te disse isso?
M - O *inserir nome próprio do pai*.
C - Ok... mas as árvores não fazem moches. Nem as crianças, está bem? Isso é só os adultos e é a brincar. Mas é preciso ter muito cuidado que depois podem se magoar.
M - Pois.

Não me lembro do resto, que o miúdo muda de assunto muito depressa. Ainda se falou dos gatos que não se podem fazer festas, do frio e da chuva, do "logo não quero ir para casa do **" e afins.
Mas há que louvar a imaginação do Mister! Alguns diálogos, como este, fazem-me encher de orgulho :)

8 comentários:

Rita disse...

O que eu me ri com este diálogo. Cá por casa, as perguntas também surgem assim de rajada, mas vêm de muitas direcções!!!

Anónimo disse...

Menino inteligente :)

. disse...

Oh minha amiga, são estas pequenas (grandes) coisas que nos deixam com um sorriso aberto e o coração preenchido.
Tens motivos para seres uma mamã babadíssima! ;)
Os nossos filhos, são do melhor que há. Não há dinheiro nenhum no mundo que compre momentos como esse.
:)

Beijão minha coisa boa*

Jolie disse...

fizeste-me lembrar uma da minha mãe :)

beijinho

Madame Pirulitos disse...

Fantástico. Muito, muito bom. Delicioso.

Amei aquela parte do "e pensei e pensei e pensei e pensei e pensei..."

X o pensador!

:)

A Loira disse...

Ele, além de Fofo é muito inteligente, tens mesmo de orgulhar-te e babar.

só 1 mulher disse...

É incrivel, a capacidade que os pequenotes têm em saltar de assunto em assunto... estiveste muito bem..

1 beijinho

Crenteoptimista disse...

Obrigada a todas! O miúdo surpreende-me constantemente. principalmente o modo como já entende coisas, à maneira dele, mesmo eu achando que ele é muito novo... Fico babada, pois claro!
Beijos :)